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Este blog tem como proposito explanar assuntos inerentes ao PENSAMENTO, seja ele filosófico, cientifico ou religioso.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mundo é o Quintal de Casa

“É como um broto que acabou de nascer após a chuva
da primavera, Somos essencialmente crianças.
Vivemos essencialmente a vida.”

Saí à procura da verdade, e agora não voltarei mais para casa. Minha mente vazia estava sedenta de pertencer a alguma coisa. Percorri para longe de tudo, fugindo, sem saber do que fugia, diligenciava em encontrar algo, sem saber ao certo o que procurava. Sozinho, andando acompanhado. Tudo que eu precisava era lidar com minha mente que se auto-questiona por existir. Meu coração vê o que meus olhos não podem distinguir. Não sei o que é, só sei que é bom.
Eu me coloquei no lugar da terra e só agora vejo o quanto ela é tão linda. Que por seus habitantes o fizeram um mundo tão triste. Declarei uma guerra cujo meu único soldado é o meu coração, modéstia aparte não existe exercito maior, modéstia aparte capaz de mover mundos, porém eu sinto que não estou sozinho – este dom que me foi atribuído. Às vezes me sinto como o primeiro ser humano que se depara com o mar e não consegue descrevê-lo as pessoas, pois essas características não cabem a concepção das mesmas.
Existe algo a ser feito. Qual o sentido da minha existência aqui neste agora, qual é o propósito da vida? Eu não consigo responder as exigências da sociedade moderna. Nos olhos alheios vejo um mundo pequeno que cada pessoa individualmente cria para si mesmo – as quais elas mesmas se frustram. Dinheiro, estabilidade e um diploma, é tudo que se precisa para o agora eterno?
Voltei a ser criança, pois de nada sabia diante do que se tem de saber, algo que você não aprende em lugar algum, algo que o tempo nos priva de aprender, não esta nos livros. Esta restrito ao nosso coração. Falando de verdades. Conclui que somos todos crianças, pois a vida é um eterno aprendizado. As vezes obtemos resposta; as vezes a pergunta se alterna.
Da chave
“Pare este mundo que eu quero descer”. Vamos falar do que realmente importa. O que realmente importa? - Esta é uma pergunta que se deve fazer antes de colocar a chave na trincadura. Colocaria novamente o dedo na tomada, mesmo depois de ter tomado um choque? Claro que não, pois agora você tem consciência do que acontece quando se coloca o dedo na tomada. Seria uma pessoa pior se o fizesse, pois estaria insistindo no erro que tem consciência.
Agora abrangendo um exemplo mais complexo de consciência, imagine de que você é apropria consciência, ou seja, agora você engloba todo universo que esta ao seu redor. Tanto faz ter consciência do choque que você leva ao colocar o dedo na tomada, ou de saber que tudo que sobe tem de descer. Mas agora estamos vendo tudo de cima. Só existe uma única consciência. Não importa quantas arvores existam, agora somos a floresta como um todo.
Vemos a interdependência das coisas, agindo em relação à outra, tudo que existe englobado em um único ciclo, na mesma terra, sob o mesmo céu. O ciclo vital.
Tudo se volta para nós. Somos capazes de compreender coisas pequenas de forma grandiosa. Uma formiga não é apenas uma formiga, ela também é parte do ciclo vital, ciclo que agora corre em nossas veias, pois agora somos uma consciência suprema, parte do ciclo da vida corre em nossas veias.
Entenda a piada que te contavam todos os dias. Nada é por acaso, você não é por acaso, você não esta sozinho. Somos o universo. Quando se mergulha a fundo em um único grão de areia, encontra-se a terra. Só na superfície um grão é apenas uma grão. Ela é a própria existência. Assim, a natureza ultima de um simples grão de areia é a mesma da terra. Somente na ignorância alguém é um grão de areia. Nós nos enganamos. É como se cada grão de areia da terra concebesse a si mesmo separado da terra. Elas parecem estar separadas; podem iludir a si mesmas que estão separadas.
A terra que pisamos; a água que bebemos; o vento que nos sopra; do fogo que nos inala, tudo é parte de nós. Estamos integrado à vida que nos circunda, pois somos a própria vida – não somos nada, porem somos tudo.
O que realmente importa? Perguntas não são feitas para se obter uma resposta, mas sim para transcender a própria questão.
O que importa neste momento que esta em paz lendo um livro? O que importa quando se esta trabalhando para sustentar seus filhos? O que realmente importa na sua vida? E todo o resto? Fica nas mão dos políticos que ainda não se perguntaram, o que realmente importa? Que mundo nós vivemos? Que planeta você mora? Será que você esta cuidando bem da sua casa? Você compra alguma coisa que não usa? Já se perguntou quantos animais tiveram que ser mortos para fazer algo que você não usa? Aquele animal que é parte de você, pois ele também é a própria vida. Discutiremos noite e dia.
Nada se aprende; tudo se desperta. Se somos o universo, eu digo que todo conhecimento esta nele, apenas precisa, olhar, ver e reparar. As coisas sempre estão do seu lado, estão ai para que todos vejam. Você já se despertou para a vida? Será que você sabe que esta vivo? Você já começou a viver? O que você entende sobre a vida ?
Quero lhe dar a oportunidade de transformar-se a si mesmo. Nós nos tornamos inconscientes da corrente viva, da divindade interior e exterior. Cada pessoa tem que se despertar.
Há coisas que não podem ser ditas. Devem ser mostradas indicadas – só você pode sentir a chuva. Portanto a consciência não esta em minhas palavras, esta além delas. No significado não verbal, no significado silencioso. Ele estará sempre por traz das palavras. Talvez você não entenda, mas saberá.
O abrir das portas
No momento em que me tornei consciente de todo o absurdo das perguntas, algo caiu completamente, totalmente. Foi uma ressurreição. Eu renasci, renasci numa dimensão cósmica, numa consciência universal, não como um “eu”, mas como a própria consciência cósmica.
Cada um de nós temos um mapa, o mapa do coração, com este você nunca se perde. Basta acreditar que ele existe, e então ele existira.
Eu acabara de completar dezoito anos. Tudo que minha ingenuidade de criança insistiu em acreditar estava neste momento diante de meus olhos, olhos fechados, a flor da pele. Quero dizer que no decorrer de minha vida encontrei peças avulsas de um mesmo quebra-cabeça. Você não sabe qual imagem que se forma, mas sabe que ela existe. Agora as peças começaram a se juntar.
Estou me tornando uma pessoa além do “eu” próprio. Agora já não sou adulto e nem velho, sou uma criança que se torna adulta e velha, sou o caminho que vai me levar a um fim, que por fim, o final será apenas um começo para vários fins.
O mundo que fica além de todos os fenômenos físicos tornou-se parte de minha consciência diária. O sol e a lua que me iluminava me deixara em um estado de imortalidade consciente, essa presença eterna me científica desta capacidade de ver que só a vida existe e que a escuridão e o sofrimento são apenas disfarces do amor, e que Deus está presente em cada um de nós.
O universo não constituía de matéria morta, mas, pelo ao contrário, de uma presença viva. Tive consciência de mim mesmo e da vida eterna. Vi que todos os s homens são imortais, que todas as coisas trabalham juntas para o bem de cada uma e de todas, que o principio fundamental do mundo, de todos os mundos, chama-se amor, e que a felicidade de cada um e de todos, esta na longa caminhada. Estamos ligados através dos sonhos e pensamentos.
Tomei conta de que eu tinha um papel importante para a vida, para o próprio mundo. Tudo agora ganha sentido, nada mais é por acaso, toda arte expressa ganha cores. Se eu pudesse dividir minha consciência em partes, o distribuiria as pessoas, pois a gota d’água seria suficiente para despertá-los desta consciência que é tão bom, habilitando outros a benefício desta nova realidade, quero dizer a verdadeira realidade, onde o medo e a indiferença são ilusões, pois agora eu sei que nada vale a pena além do amor. Vivendo em busca do verdadeiro conhecimento a caminho do verdadeiro homem.
Essa metamorfose não veio a tardar. Novos livros serão abertos e novas paginas serão escritas, vivendo inesperadamente como se eu abrisse todos os dias o mesmo livro em uma página diferente. O que me aguarda? Por que será que é tão bom? Continuarei a seguir o meu coração, - pelas vezes que o confiei, ele só me trouxe luz - pois sei que não estarei perdido. Tudo em questão a um único propósito, cantando por um único coração.
Estava deitado ao chão quando percebi que era hora de mudar. Sai à procura da verdade, mas a verdade não pode ser expressa pela linguagem, eu não posso te dizer, apenas indicar o caminho, só você pode sentir a chuva. Tudo existe, porem não é preciso saber a razão das coisas do mundo, pois não é possível colocar tudo no papel. Somente o ser humano pergunta “por que”, porque só o ser humano vive na ansiedade. Apenas observamos o modelo, não podemos agir ativamente. O conhecimento vem do estado de encontrar-se dentro do modelo, o verdadeiro conhecimento é experimentado diretamente, não do desejo de receber informação especifica. Aceite a magia da vida como ela é, quando não se tem perguntas não se tem respostas.
Não é possível descobrir a razão profunda das coisas, mas é possível descobrir a sua própria razão de viver, veras que somos parte de tudo que existe. Embora você saiba que é parte da consciência cósmica você percebe que não há nenhum objetivo a chegar apenas sentidos a trilhar. A vida é uma brincadeira basta você as encarar.
Não sinto mais falta de meus brinquedos, eu fiz de meu “agora” a experiência para amadurecer para a vida. Consciência é liberdade, e liberdade é consciência. Quando você é absolutamente consciente, é absolutamente livre.
Neste momento não há nada que eu deva temer, o mundo é de quem o faz. Tudo vem ao seu tempo, e o meu tempo deu-se início, pois agora eu sei quando a morte há por vir. O sentido foi dado e eu tenho um caminho a trilhar.
“Conhece-te a ti mesmo.”
F. Nietzsche

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ao Som da Vida

Reuniram-se no centro da cidade, para uma parada musical, três músicos. Ao som de três violões, dois sabiás, uma gaita falante, e alguns convidados que haviam de chegar. Isso foi por volta das quatro horas da tarde, quando o mundo ainda era jovem.
"Interessante saber que as pessoas estão unidas através da música." Abismado, observando diferentes pessoas que ali passavam e deixavam seus sorrisos. Todos no mesmo pátio do museu da praça.
"O intuito da música aproxima as pessoas, é algo inexplicável, não dá para falar, faltam palavras, há de ser inventado um vocabulário para explicar o inexplicável."
Tarde ensolarada, sob o sol azul vem minha doce criança. "Minha música esculpe-a. Meus velhos amigos hippies que acabei de conhecer acabaram de chegar. Mendigos, bancários, gringos, viajantes e idosos, cheguem perto, aqui somos todos iguais e diferentes, não indiferentes." Proclamou-se na terra sob o mesmo céu.
"Olhe para a beleza da música e escute os sons deste céu que nos abriga. Descubra o amor que nos envolve."
"Todos os dias vivamos um sonho. É que eu perdi a chave da realidade. Acho que coloquei no bolso da calça que mandei lavar, ou estava dentro de um livro que vendi para o sebo. Perdi para nunca mais."
Naturalmente os músicos deixavam as pessoas bem à vontade, quero dizer a música os convidava para sentar, pela própria natureza da música se acomodavam. Os mais tímidos se sentavam no banco ao lado, para ver a tarde passar. Os músicos conquistavam as pessoas pela simpatia e música.
"Curtem David Bowie?" – pergunta o garoto de cabelos dourados, que fugiu de casa por liberdade precoce, tirando das costas um violão vermelho que ofusca meus olhos. Era de diamante e suas cordas eram de náilon.
"Que todos nossos antepassados nos escutem. Fazemos música digna de beleza, de uma orquestra sinfônica, para semear o que um dia os grandes mestres semearam. Da magia da música. Que força é essa que nos chama e nos reúne em algum lugar deste mundo? Será segredos codificados em sons?"
O bancário era, na verdade, dono de um estúdio. A velhinha, passeando com os netos, foi bailarina quando jovem. O cigano ébrio, que preferia "Doors", nos convidava para um "Light My Fire". O ciclista, que veio de Londres para nos encontrar, aproveitou a deixa para um descanso. Blues e samba para todos nós, com direito a gaita, gaita que corre sob os trilhos do trem.
O tempo foi passando, o sol já caindo, mas a música não se pôs, os músicos não pararam, queriam mais. Queriam a vida inteira.
Uma parada para o café filosófico: "A arte é a imortalidade do homem, pois tudo que é arte, se manifesta em sinceros sentimentos. Seja ela palavras, pinturas, amores. Se você escreve no papel hoje, ele perdurará na eternidade. Meu grito, para os próximos milênios. A arte falara por mim."
"Imagine ser imortal. Transcender a música, virar vento e estar no coração dos bons. Percorrer mundos. Assim eu sempre estarei ausente presente para o amor que me toca na noite pastoral, em cima do telhado de pedra da igreja. Inspirando pessoas, encorajando corações, ensinando-os a dançar ao som da vida.
Se despedindo com "Bittersweet Symphony". A música tocada ao som de violino foi emitida por assobios, todos juntos, bem auto para que a praça inteira pudesse ouvir, cantando por um único coração. Ao lado uma fotografia incrível de um casal se beijando.
"Já é tarde, obrigado pela música. Amanhã o sol nascerá de novo"
Os músicos continuaram a caminhar pelo mundo. Tocaram sob as montanhas Incas, no coração da floresta Amazônia. Curaram o cego e andaram em cima do mar. Tocaram para o povo em Jerusalém. Levaram a música aos índios de Salvador e encontraram Adão e Eva no paraíso. Inventaram a cítara e o bazantar.
"Antes eu escutava "Bittersweet Symphony" sem ao menos saber o que dizia. Apenas sentia. Quando me deparei com a tradução foi incrível, tudo se correspondia. Gostava de ouvir ela no carro, enquanto meu pai dirigia na estrada. Me sentia como um pássaro. Era a própria liberdade manifestada em música."

Dom Costa