AVISO

Este blog tem como proposito explanar assuntos inerentes ao PENSAMENTO, seja ele filosófico, cientifico ou religioso.

Boa navegação

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Estado de Não-Mente

A mente não pode ficar quieta. Ela precisa estar continuamente pensando, preocupando-se.
A mente funciona como uma bicicleta: se você segue pedalando, ela continua; no momento em que você pára de pedalar, você cai.
A mente é exactamente como uma bicicleta; e o seu pensar é o constante pedalar. E quando algumas vezes você esteja um pouco silencioso, imediatamente você começa a preocupar-se : "Por que estou tão silencioso?".
Qualquer coisa servirá para criar pensamento, preocupação, porque a mente só poderá existir correndo, sempre correndo, atrás de alguma coisa ou correndo de alguma coisa, mas sempre correndo.
Na corrida está a mente. No momento em que você pára, a mente desaparece.
Entretanto, a menos que você seja capaz de pôr a mente toda de lado e perceber o mundo directamente, instantaneamente, com a sua consciência, você nunca será capaz de perceber a verdade.
Neste mundo a coragem é colocar a mente de lado. A conquista maior é conseguir perceber o mundo sem a barreira da mente, simplesmente como ele é. E ele é tremendamente diferente, incrivelmente belo, sem as distinções que a nossa mente cria.
Assim, somente uma pessoa em estado de não-mente saboreia a vida na sua totalidade.
E esta é toda a arte da vida. Viver sem nenhuma distinção, sem nenhuma discriminação, sem nenhuma escolha.
O estado de não-mente é o estado de êxtase.
O estado de não-mente é o estado do fluir da vida.

domingo, 28 de junho de 2009

Osho - O Seu verdadeiro Eu

A meditação é simplesmente um artifício para torná-lo consciente do seu verdadeiro eu - que não é criado por si, que não precisa ser criado por si, porque você já é.
Você nasceu com ele. Você é ele! Ele precisa ser descoberto. Se isso não é possível, ou se a sociedade não permite que isso aconteça - e nenhuma sociedade permite que aconteça, porque o eu verdadeiro é perigoso: perigoso para a igreja estabelecida, perigoso para o estado, perigoso para a multidão, perigoso para a tradição, porque quando um homem conhece o seu eu verdadeiro, ele torna-se um indivíduo. Ele não faz mais parte da psicologia das massas; ele não será supersticioso, e não poderá ser explorado e guiado como gado, ele não poderá ser ordenado e comandado.
Ele viverá de acordo com a sua luz; ele viverá da sua própria interioridade. A sua vida terá uma extraordinária beleza, integridade. Mas é este o medo da sociedade.
Pessoas integradas tornam-se indivíduos e a sociedade não quer que vocês sejam indivíduos. Em vez de individualidade, a sociedade ensina-lhe a ser uma personalidade.
A palavra "personalidade" tem que ser entendida. Vem da raiz persona - persona significa "máscara". A sociedade dá-lhe uma idéia falsa de quem você é; dá-lhe apenas um brinquedo, e você permanece agarrado ao brinquedo toda a sua vida.
No meu modo de ver, quase todos estão no lugar errado. A pessoa que teria sido um médico tremendamente feliz é um pintor, e a pessoa que teria sido um pintor tremendamente feliz é um médico. Ninguém parece estar no lugar certo; é por isso que toda esta sociedade está em tamanha confusão. A pessoa é dirigida por outros; não é dirigida pela sua própria intuição.
A meditação ajuda-o a desenvolver a sua própria faculdade intuitiva. Torna-se muito claro o que é que vai satisfazê-lo, o que é que vai ajudá-lo a florescer. E seja o que seja, vai ser diferente para cada indivíduo - isto é o que significa a palavra "indivíduo": cada um é único.
E buscar e tentar encontrar a sua singularidade é uma grande emoção, uma grande aventura.
Osho - do livro"Meditação -A primeira e última liberdade"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Osho - O Processo da Mente

"A coisa mais difícil, quase impossível, para a mente, é permanecer no meio, é permanecer equilibrada. E o mais fácil é movimentar-se de um pensamento para o seu oposto. Movimentar-se de uma polaridade para a polaridade oposta é a natureza da mente. Isso tem que ser entendido muito profundamente, porque sem que você entenda isso, nada poderá levar você à meditação.
A natureza da mente é movimentar-se de um extremo a outro, ela depende do desequilíbrio. Se você estiver equilibrado, a mente desaparece. A mente é como uma doença: quando você está desequilibrado ela está ali, quando você está equilibrado ela não está ali.
É por isso que é fácil para uma pessoa que come muito fazer jejum. Isso parece sem lógica, porque nós pensamos que uma pessoa que é obcecada por comida não consegue jejuar. Mas você está errado. Somente uma pessoa que é obcecada por comida pode jejuar, porque jejuar é a mesma obsessão no sentido oposto. Na verdade não houve mudança em si. Você continua obcecado por comida. Antes você comia muito e agora você está faminto - mas o foco da mente continua na comida, a partir de um extremo oposto.
Um homem que se tenha entregue em demasia ao sexo, pode tornar-se um celibatário muito facilmente. Não há nenhum problema. Mas é difícil para a mente fazer uma dieta certa, é difícil para a mente estar no meio.
Porque é difícil estar no meio? Isso é exactamente igual ao pêndulo de um relógio. O pêndulo vai para a direita, e daí move-se para a esquerda, então de novo para a direita, e depois de novo para a esquerda. O relógio inteiro depende desse movimento. Se o pêndulo parar no meio, o relógio pára. E quando o pêndulo se move para a direita, você pensa que ele está somente indo para a direita. Mas, ao mesmo tempo que ele está indo para a direita, ele está juntando momento* para ir para a esquerda. Quanto mais ele se move para a direita, mais energia ele reúne para se mover para a esquerda, para o oposto. Quando ele está se movendo para a esquerda ele está de novo reunindo momento para se mover para a direita.
Sempre que você come demais, você está reunindo momento para fazer jejum. Sempre que você se entrega em demasia ao sexo, mais cedo ou mais tarde, o celibato, o brahmacharya se tornará atraente para si.
E o mesmo está acontecendo a partir do pólo oposto. Vá e pergunte aos chamados sadhus, aos bhikkhus, aos sannyasins. Eles firmaram um propósito de permanecer celibatários; e agora a mente deles está reunindo momento para se movimentar em direcção ao sexo. Eles firmaram um propósito de ficarem com fome, de passar fome e a mente deles está constantemente pensando em comida. Quando você está pensando muito a respeito de comida, isso mostra que você está reunindo momento para comer. Pensar significa momento. A mente começa fazer arranjos para ir ao oposto.
A primeira coisa: sempre que você se move, você também se está movendo para o oposto. O oposto está escondido, ele não é aparente.
Quando você ama uma pessoa, você está reunindo momento para odiá-la. É por isso que somente amigos podem se tornar inimigos. Você não pode se tornar um inimigo sem que primeiro você tenha se tornado um amigo. Amantes discutem e brigam. Só os amantes podem discutir e brigar, porque a não ser que você ame, como você poderá odiar?A não ser que você se tenha movido para a extrema esquerda, como você poderá mover-se para a direita?
Pesquisas modernas dizem que isso que se chama amor é um relaccionamento de íntima inimizade. A sua esposa é a sua inimiga íntima e o seu marido é o seu inimigo íntimo - ambos inimigos e íntimos. Parecem opostos, sem lógica, porque nós ficamos ponderando como alguém que é íntimo pode ser inimigo? Alguém que é amigo, como pode também ser o adversário?
A lógica é superficial. A vida vai mais fundo. Na vida, todos os opostos juntam-se, eles existem juntos. Lembre-se disso, porque então meditação torna-se equilíbrio.
Buda ensinou oito disciplinas e para cada disciplina ele usava a palavra certa. Ele dizia: o esforço certo, porque é muito fácil mover-se da acção para a inacção, do despertar para o dormir, mas permanecer no meio é difícil. Quando Buda usa a palavra certa, ele estava dizendo: não se mova para o oposto, simplesmente permaneça no meio. A comida certa - ele nunca disse jejum. Não se entregue em demasia à comida e não se entregue ao jejum. Ele dizia: comida certa. Comida certa significa permanecer no meio.
Quando você permanece no meio você não está reunindo momento algum. E essa é a beleza disso: um homem que não está reunindo momento algum para se mover a qualquer lugar, pode estar à vontade consigo mesmo, pode sentir-se em casa.
Você nunca pode sentir-se em casa, porque qualquer coisa que você faz, imediatamente você terá que fazer o oposto para equilibrar. E o oposto nunca equilibra, ele simplesmente dá-lhe a impressão de que você está se tornando equilibrado, mas você terá que se mover para o oposto de novo.
Um buda não é amigo nem inimigo de alguém. Ele simplesmente parou no meio - o relógio não está funcionando... Quando a sua mente pára, o tempo pára, quando o pêndulo pára, o relógio pára...
O tempo é criado pelo movimento da mente, exactamente como o movimento do pêndulo. A mente move-se, você sente o tempo. Quando a mente não se está movimentando, como você pode sentir o tempo? Quando não há qualquer movimento, o tempo não pode ser sentido.
Cientistas e místicos concordam nesse ponto: que o movimento cria o fenómeno do tempo. Se você não está se movendo, se você está parado, o tempo desaparece, a eternidade chega à existência.
O seu relógio está movendo-se rapidamente e o seu mecanismo é movimento de um extremo ao outro.
A segunda coisa a ser entendida a respeito da mente é que a mente sempre quer o que está distante, nunca o que está perto. O que está perto é enfadonho, você fica farto dele. O distante lhe dá sonhos, esperanças, possibilidades de prazer. Assim, a mente sempre está pensando no distante.
É sempre a mulher de alguma outra pessoa que é atraente e bonita; é sempre a casa de alguma outra pessoa que o obceca; é sempre o carro de alguma outra pessoa que fascina. É sempre o que está distante. Você fica cego para o que está perto. A mente não consegue ver aquilo que está muito perto. Ela somente pode ver aquilo que está muito longe.
E o que está muito longe, o que está mais distante? O que está mais distante é o oposto. Você ama uma pessoa - agora o fenómeno mais distante é o ódio. Você está comendo demais - agora o fenómeno mais distante é o jejum. Você está celibatário - agora o fenómeno mais distante é o sexo. Você é um rei - agora o fenómeno mais distante é ser um monge.
O que está mais distante é aquilo com que sonhamos mais. Ele atrai, ele obceca, ele segue chamando, convidando-o (a) e então, quando você tiver alcançado o outro pólo, este local de onde você partiu em caminhada tornar-se-á belo novamente. Divorcie-se da sua esposa e após uns poucos anos ela irá despertar interesse novamente.
Para a mente, o oposto é magnético e a não ser que, através da compreensão, você transcenda isso, a mente continuará movendo-se da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, e o relógio continua. Ele tem continuado por muitas vidas e é assim que você tem sido enganado - porque você não compreende o mecanismo. De novo o distante torna-se atraente e de novo você começa uma nova caminhada.
E no momento em que você alcança o seu objectivo, aquilo que antes era seu conhecido e que agora está distante, de novo se torna atraente, agora se torna uma estrela, alguma coisa valiosa.
Eu estive lendo a respeito de um piloto que estava voando sobre a Califórnia com um amigo. Ele lhe disse: "Veja lá embaixo aquele belo lago. Eu nasci perto dele, ali está a minha vila".
Ele apontou para uma pequena vila numa colina próxima ao lago. E ele disse: "Eu nasci ali e quando eu era criança eu costumava sentar próximo ao lago para pescar. Pescar era o meu hobby. Mas naquela época, quando eu era criança e pescava no lago, os aviões sempre costumavam cortar o céu, passando sobre a minha cabeça, e eu sonhava com o dia em que eu próprio me tornaria um piloto e estaria pilotando um avião. Aquele era o meu único sonho. Agora ele está realizado e que miséria! Agora eu continuamente olho para aquele lago lá em baixo e fico pensando no dia em que eu estiver aposentado para poder ir pescar nele de novo. Aquele lago é tão lindo..."
É assim que as coisas acontecem. É assim que as coisas têm acontecido consigo. Na infância você queria crescer depressa porque as pessoas mais velhas eram mais poderosas. Uma criança quer crescer imediatamente. As pessoas mais velhas são sábias e a criança sente que qualquer coisa que ela faça está sempre errado. Pergunte então a uma pessoa mais velha. Ela sempre acha que quando a infância se foi, tudo foi perdido, o paraíso estava ali, na infância. E todos os velhos morrem pensando na infância, na inocência, na beleza, no mundo de sonhos.
Qualquer coisa que você tenha, parece sem utilidade; qualquer coisa que você não tenha parece de grande utilidade. Lembre-se disso porque senão a meditação não poderá acontecer, porque meditação significa essa compreensão da mente, do trabalho da mente, do verdadeiro processo da mente.
A mente é dialética, ela faz com que você se mova repetidas vezes em direcção aos opostos. E isso é um processo infinito, ele nunca se acaba, a não ser que você, de repente, o abandone, a não ser que, de repente, você se torne consciente do jogo, a não ser que, de repente, você se torne alerta a respeito da trapaça da mente, e você pare no meio.
Parar no meio é meditação.
A terceira coisa:
Porque é que a mente consiste em polaridades, você nunca é um todo. A mente não pode ser um todo, ela é sempre metade. Quando você ama alguém, você já observou que você está suprimindo o seu ódio? O amor não é total, ele não é um todo, exactamente atrás dele todas as forças escuras estão escondidas e elas podem entrar em erupção a qualquer momento. Você está sentado em cima de um vulcão.
Quando você ama alguém, você simplesmente se esquece de que você tem raiva, de que você tem ódio, de que você é ciumento. Você simplesmente deixa tudo isso de lado, como se isso nunca tivesse existido. Mas como você pode deixar tudo isso de lado? Você pode simplesmente esconder no inconsciente. Assim, na superfície você pode tornar-se amoroso, mas lá no fundo o tumulto está escondido. Mais cedo ou mais tarde você vai ficar farto, o amado terá se tornado familiar.
Dizem que a familiaridade cria desprezo, mas não é que a familiaridade cria desprezo - a familiaridade faz você ficar farto. O desprezo esteve sempre ali, escondido. Ele vem à tona, ele só estava esperando o momento certo, a semente estava ali.
A mente tem sempre o oposto dentro dela e esse oposto vai para o inconsciente e fica ali esperando pelo seu momento para vir à tona. Se você observar minuciosamente, você sentirá isso a todo momento. Quando você diz para alguém "eu amo-te" feche os seus olhos, seja meditativo, e sinta - existe algum ódio escondido? Você irá senti-lo. Mas você não quer encarar isso porque a verdade é muito feia - a verdade que você sente ódio pela pessoa que você ama - por isso você engana a si mesmo.
Você quer escapar da realidade, assim você esconde. Mas, esconder não vai ajudar, porque assim você não está enganando à outra pessoa, você está enganando a si mesmo.
Assim, sempre que você sentir alguma coisa, feche os olhos e vá para dentro de si mesmo para encontrar o oposto em algum lugar. Ele está ali. E se você puder ver o oposto, isso dará um equilíbrio. Então você não irá dizer "eu amo-te". Se você for uma pessoa verdadeira você irá dizer: "o meu relacionamento contigo é de amor e ódio".
Todos os relacionamentos são relacionamentos de amor/ódio. Nenhum relacionamento é puro amor e nenhum relacionamento é puro ódio. São ambos: amor e ódio. Se você for verdadeiro você estará em dificuldades. Se você disser para uma mulher : "o meu relacionamento contigo é ambos: amor e ódio. Eu amo-te como nunca amei alguém e eu odeio-te como nunca eu odiei alguém", será difícil para você casar-se, a não ser que você encontre uma mulher meditativa, que possa compreender a realidade, a não ser que você possa encontrar uma amiga que possa compreender a complexidade da mente.
A mente não é um mecanismo simples. Ela é muito complexa e através da mente você nunca pode tornar-se simples, porque a mente segue criando enganos. Ser meditativo significa estar alerta para o facto de que a mente está escondendo alguma coisa de si, de que você está fechando os olhos para alguns factos que estão perturbando.
Mais cedo ou mais tarde aqueles factos perturbadores virão à tona, vão apoderar-se de si, e você irá em direcção ao oposto. E o oposto não está longe, num lugar distante, em alguma estrela. O oposto está escondido atrás de si, dentro de si, na sua mente, no próprio funcionamento da mente. Se você puder compreender isso, você irá parar no meio.
Se você puder ver o " eu amo " e o " eu odeio", de repente, ambos irão desaparecer, porque ambos não podem existir juntos na consciência. Você tem que criar uma barreira: um terá que existir no inconsciente e o outro no consciente. Ambos não podem existir na consciência, eles irão negar um ao outro. O amor destruirá o ódio, o ódio destruirá o amor, eles terão que equilibrar um ao outro e eles simplesmente irão desaparecer. A mesma quantidade de ódio e a mesma quantidade de amor irão negar um ao outro. De repente eles irão evaporar - você estará ali, mas nenhum amor e nenhum ódio. Então você estará equilibrado.
Quando você está equilibrado, a mente não está lá - então você é um todo. Quando você é um todo, você é sagrado, mas a mente não está lá. Assim, meditação é um estado de não-mente. Através da mente esse estado não é alcançado. Através da mente, qualquer coisa que você fizer, ele nunca será alcançado. Então, o que você está fazendo quando você está meditando?
Pelo facto de você ter criado tanta tensão na sua vida, você agora está meditando. Mas isso é o oposto da tensão, não a verdadeira meditação. Você está tão tenso que a meditação se tornou atraente. É por isso que no Ocidente a meditação atrai mais do que no Oriente. É porque no Ocidente existe mais tensão do que no Oriente. O Oriente ainda está relaxado, as pessoas não estão tão tensas, elas não estão se enlouquecendo tão facilmente, elas não cometem suicídio tão facilmente.
Elas não são tão violentas, tão agressivas, tão apavoradas, tão amedrontadas - não, elas não estão tão tensas. Elas não estão vivendo essa correria louca onde nada além de tensão é acumulado.
Assim, se o Mahesh Yogi vier à Índia, ninguém o escutará. Mas na América, as pessoas ficam loucas com ele. Quando existe muita tensão, a meditação atrai.
Mas essa atracção é de novo a mesma armadilha. Isso não é verdadeira meditação, isso é de novo um engano. Você medita por uns poucos dias, você se torna relaxado e, quando você se torna relaxado, de novo surge a necessidade de atividades. Você fica farto e a mente começa a pensar em fazer alguma coisa, em movimentar-se .
As pessoas chegam até mim e dizem: "nós meditamos por alguns anos mas agora perdeu a graça". Há poucos dias uma mulher veio até mim e disse: "agora a meditação não tem mais graça alguma, o que eu devo fazer?"
Agora a mente está procurando por alguma outra coisa, agora ela já teve bastante meditação. Agora que ela já está relaxada, a mente está pedindo por mais tensões - alguma coisa que possa perturbá-la. Quando ela diz que agora a meditação não tem mais graça, ela quer dizer que agora não há mais tensão, assim como pode a meditação ter graça? Ela terá que ir atrás de tensões novamente, aí a meditação de novo se tornará algo valioso.
Veja o absurdo da mente: você tem que ir embora para chegar perto, você tem que se tornar tenso para ser meditativo. Mas isso não é meditação, de novo isso é uma armadilha da mesma mente. Numa nova dimensão, o mesmo jogo continua.
Quando eu digo meditação, eu quero dizer: ir além das polaridades opostas, deixar de lado todo o jogo, olhar para o absurdo disso e transcendê-lo. A própria compreensão se torna transcendência.
A mente forçá-lo-à a mover-se para o oposto - não se mova para o oposto. Pare no meio e veja que isso tem sido sempre uma armadilha da mente. É assim que a mente o tem dominado - através do oposto. Você já percebeu isso?
Depois de fazer amor com uma mulher, você de repente começa a pensar em abstinência sexual, brahmacharya e isso exerce uma fascinação tão persuasiva que naquele momento você sente como se nada mais existisse para ser alcançado. Você sente-se frustrado, enganado, você sente que não havia nada naquele sexo e que somente bramacharya contém a felicidade. Mas depois de vinte e quatro horas, o sexo de novo se torna importante, e de novo você se move para ele.
O que a mente está fazendo? Depois do acto sexual ela começa a pensar no oposto, o qual, de novo, cria a vontade do sexo.
Um homem violento começa a pensar na não-violência, então ele poderá facilmente tornar-se violento de novo. Um homem que fica raivoso repetidamente, sempre pensa em não ter raiva, sempre decide não ficar raivoso novamente. Essa decisão ajuda-o a ficar com raiva de novo.
Se você realmente não quiser ficar raivoso de novo, não tome decisão contra a raiva. Simplesmente olhe para a raiva e olhe para essa sombra da raiva que você pensa que é não ter raiva. Olhe para o sexo e para essa sombra do sexo que você pensa que é brahmacharya, abstinência sexual. Isso é só negatividade, ausência. Olhe para o excesso do comer e para a sua sombra que é o jejum. Jejuns sempre seguem o comer demais, a indulgência demasiada é sempre seguida por votos de celibato; a tensão é sempre seguida por algumas técnicas de meditação. Olhe para essas coisas juntas, sinta como elas estão relaccionadas, como elas são parte de um só processo.
Se você puder compreender isso, a meditação acontecerá em si. Na verdade, ela não é algo a ser feito, ela é uma questão de compreensão. Ela não é um esforço, ela não é algo a ser cultivado. Ela é algo a ser profundamente compreendido.
Compreensão dá liberdade. Conhecer todo o mecanismo da mente é transformação. Então, de repente, o relógio pára, o tempo desaparece. E parando o relógio, não existe mente. Parando o tempo, onde você está? O barco está vazio.
O homem do Tao age sem impedimentos.... Você age sempre com impedimentos, o oposto está sempre ali criando o impedimento, você não é um fluxo.
Se você ama, o ódio está sempre ali como um impedimento. Se você se movimenta, alguma coisa está puxando você para trás, você nunca se move totalmente, alguma coisa sempre fica para trás, o movimento não é total. Você move-se com uma perna, mas a outra perna não se move. Como você pode mover-se ? O impedimento está ali.
A sua angústia, a sua ansiedade é esse impedimento, é essa contínua movimentação de uma metade e não movimentação da outra metade. Por que você está tão angustiado? O que cria tanta angústia em si? Qualquer coisa que você faz, porque você não fica feliz fazendo aquilo? A felicidade somente pode acontecer para o todo, nunca para a parte.
Quando o todo se movimenta sem qualquer impedimento, o próprio movimento é felicidade. Felicidade não é alguma coisa que vem de fora - ela é uma sensação que vem quando o seu Ser como um todo se movimenta, o próprio movimento do todo é felicidade. Não é alguma coisa acontecendo para si, ela surge a partir de si, ela é uma harmonia no seu Ser.
Se você está dividido - e você está sempre dividido: metade se movendo, metade segurando; metade dizendo sim, metade dizendo não; metade amando, metade odiando. Você é um reino dividido, existe um conflito constante dentro de si. Você diz alguma coisa mas aquilo nunca é o que você quer dizer, porque o oposto está ali impedindo, criando uma barreira.
A mente entra quando você está dividido. A mente alimenta-se com a divisão. É por isso que Krishnamurti segue dizendo que quando o observador se torna o observado, você está em meditação.
Sempre que a mente entra, ela entra como uma força controladora, um administrador. Ela não é o mestre, ela é o administrador. E você não chega até o mestre se o administrador não for colocado de lado. O administrador não permite que você alcance o mestre, o administrador sempre se mantém de pé diante da porta, controlando. E todos os administradores administram mal - a mente tem feito um grande trabalho de má administração.
Lao Tzu disse: quando não havia nem um simples filósofo, tudo se resolvia, não haviam perguntas e todas as respostas estavam disponíveis. Quando os filósofos surgiram, as perguntas vieram e as respostas desapareceram. Sempre que há uma pergunta, a resposta está muito longe. Sempre que você pergunta, você nunca obtém a resposta, mas quando você pára de perguntar, você descobrirá que a resposta sempre esteve ali.
O que é felicidade? Felicidade é a sensação que surge em si quando o observador se torna o observado. Felicidade é a sensação que surge em si quando você está em harmonia, não fragmentado, uma unidade, não desintegrado, não dividido. Essa sensação não é algo que vem de fora. Ela é a melodia que cresce em si a partir da sua harmonia interior.
O sol está nascendo... de repente você olha e o observador não está ali. O sol não está ali e você não está ali. Não há nenhum observador e nenhum observado. Simplesmente o sol está nascendo e a sua mente não está ali para controlar. Você não vê e diz: "o sol está lindo". No momento que você disser, a felicidade foi perdida. Então já não existe nenhuma felicidade, ela já se tornou passado, ela já se foi.
De repente você vê o sol nascendo e aquele que vê não está ali, aquele que vê ainda não entrou, ainda não se tornou um pensamento. Você ainda não olhou, não analisou, ainda não observou. O sol está nascendo e ali não existe ninguém, o barco está vazio, existe felicidade, um vislumbre. Mas a mente imediatamente entra e diz "o sol está lindo, esse nascer do sol está lindo". A comparação entrou e a beleza foi perdida.
Aqueles que sabem, dizem que sempre que você diz: "eu amo-te" para uma pessoa, o amor foi perdido. O amor foi-se porque o amante entrou. Como pode existir amor quando a divisão, o controlador entra? É a mente que diz: "eu amo-te", porque, na verdade, no amor não existe nenhum eu e nenhum tu. No amor não existem indivíduos. O amor é uma fusão, uma dissolução, eles não são dois.
O amor existe, não os amantes. No amor, o amor existe, não os amantes, mas a mente entra e diz: "eu estou amando, eu amo-te". Quando o "eu" entra, a dúvida entra, a divisão entra e o amor não está mais ali.
Muitas vezes em meditação você tem alguns vislumbres. Lembre-se: sempre que você sentir tais vislumbres, não diga: "quão belo é", não diga "quão amoroso é", porque é assim que você perde o vislumbre. Sempre que o vislumbre vier, deixe que ele esteja ali...Quando em meditação você tiver um vislumbre de algum êxtase, deixe que ele aconteça, deixe-o ir fundo. Não divida a si mesmo. Não faça qualquer declaração, senão o contacto será perdido. "
OSHO - do livro "The Empty Boat"

quarta-feira, 24 de junho de 2009

"Visão Direta" - Zen-Budismo

O zen-budismo se baseia na iluminação do Buda. Os ensinamentos do Buda, tal como foram passados para o textos budistas, não recebem tanta prioridade. Isso reflete a profunda desconfiança do zen quanto a palavra de sua capacidade de transmitir o conhecimento. Não obstante, aquilo que não pode ser transmitido pela palavra pode ser transmitida pela “visão direta”. Diz-se que o Buda trouxe a iluminação para seu discípulo mais promissor simplesmente segurando uma flor diante dele, sem nada dizer. Assim , a iluminação vem sendo comunicada de geração em geração pela transmissão não verbal.
Ensina o zen- que a iluminação deve vir de dentro, deve ter sua origem no coração do individuo. Conta-se que um famoso mestre zen jogou todas as imagens do Buda na lareira a fim de aquecer a sala em que seus discípulo se encontravam.
Os ensinamentos de Buda só podem nos levar ate uma parte do caminho. (Assim como todos os ensinamentos, ha uma diferença em ver o cenário e estar no cenário) Podem ensinar o rumo certo, mas o importante é vislumbrar aquilo para onde apontam, a iluminação , a iluminação em si. Nos, seres humanos, muitas vezes nos comportamos como crianças; estamos mais interessados no dedo que aponta do que naquilo que ele mostra. É fácil manifestar mais preocupações com as idéias ou os rituais. Aqui o método de “apontar diretamente” pode ajudar obter uma compreensão espontânea da realidade, uma percepção sem restrições, que não precisa de palavras.
Uma vez que a iluminação deve vir de dentro, o zen-budismo não tem nenhuma formula fixa para alcançá-la. Mas ela pode chegar quando menos se espera e atingir a pessoa como um raio. ‘como uma piada que de repente se compreende. De súbito, a pessoas “desperta” – e fica consciente de que faz parte do infinito, de uma maneira inteiramente nova. Isso não ve gradualmente, com o tempo. Quando ela chega de fato, é total. Sua manifestação não está ligado nem mesmo com a meditação. Uma experiência mundana qualquer também pode acabar levando, com igual facilidade, ao objetivo desejado.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ayahuasca - O Santo Daime

A experiência de ayahuasca já provou ser extraordinária. Mudou positivamente as vidas de muitas pessoas. Curou vários tipos de depressão e de dependência. A ayahuasca tem mostrado às pessoas a imensa beleza do cosmos e de nós próprios, através de visões e visualizações impressionantes e emocionais. Uma experiência capaz de fenómenos de tal magnitude precisa de ser valorizada e respeitada pelo que é.
Isto significa que parte da experiência da ayahuasca é a preparação. Toda a gente deve encontrar a sua melhor preparação pessoal, mas em geral recomenda-se a leitura de literatura comum sobre ayahuasca e sobre a experiência psicadélica.
O Santo Daime
Consiste em uma doutrina espiritualista que tem como base o uso sacramental da bebida enteógena, o ayahuasca, com o fim de catalisar processos interiores e espirituais sempre com o objetivo de cura e bem estar do indivíduo. É uma manifestação religiosa surgida em plena região amazônica nas primeiras décadas do século XX. A doutrina não possui proselitismo, sendo a pratica espiritual essencialmente individual, sendo o autoconhecimento e internalização os meios de obter sabedoria.
Segundo seus adeptos, a doutrina do Santo Daime é uma missão espiritual cristã , que encaminha os seus praticantes ao perdão e a regeneração do seu ser. Isto acontece porque o daimista, ao participar dos cultos e ingerir o Santo Daime inicia um processo de auto conhecimento, que visa corrigir os defeitos e melhorar-se sempre, para que possa um dia alcançar a perfeição.
Nos rituais sempre há uma forte presença musical. São sempre cantados hinos religiosos e são usados maracás, um instrumento indígena ancestral, na maioria dos locais de culto.
Surgiu no estado brasileiro do Acre, no início do século XX, tendo como fundador o lavrador e descendente de escravos Raimundo Irineu Serra, que passou a ser chamado dentro da Doutrina e por todos que o conheciam como Mestre Irineu. Após conhecer a bebida sacramental chamada de ayahuasca pelos nativos da região Amazônica, Irineu Serra teve uma visão de características mariana, em que um ser espiritual superior lhe entrega a missão do Santo Daime.
A liturgia do Santo Daime é essencialmente musical e o cerimonial consiste no canto de hinos, acompanhado por instrumentos musicais como violões, tambores, flauta ou teclados, e tradicionalmente pelos maracás. Cada ritmo tem seu próprio toque de maracá e seu passo específico. O objetivo é executar os hinos e o bailado com a máxima afinação entre os participantes (a corrente), afim de que se possa atingir um estado de elevação de consciência.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Xamâ - Bebida Sacramental Ayahuasca

Um xamã é uma pessoa familiar com os estados alterados da consciência, que entra nesses estados para curar pacientes. Normalmente induzido por uma mistura de plantas psicadélicas e música, o transe xamã permite que a pessoa perceba parte do que não consegue perceber durante o estado de consciência normal. Este transe é normalmente usado para curar doenças, para adivinhação ou profecias, ou para comunicar com o mundo dos espíritos.

A ayahuasca é obviamente uma ferramenta xamã, se não a mais importante ferramente amazónica. Segundo muitos índios curanderos (curandeiros) muitos dos seus conhecimentos botânios provêm directamente da embriaguez com a ayahuasca. Nas sessões de cura, normalmente feitas à noite e em dias fixos da semana, há cerca de 4 a 8 doentes presentes. O ritual começa por volta das oito ou nove da noite, e dura cerca de sete horas. Tem lugar na casa do xamã ou “clínica”, em escuridão total, a qual estimula o elemento visionário da ayahuasca.
O xamã bebe a ayahuasca para poder ver as causas espirituais da doença do seu paciente. Por vezes o paciente também bebe. Na maioria das vezes o xamã canta ícaros ou “canções de força” para convidar os espíritos benignos e para aplicar a cura. Por vezes os pacientes são convidados a sentarem-se com o xamã, que cantará então suavemente e para cada um em especial.
O tabaco é uma ferramena importante nesta tradição, juntamente com a chapada (um molho de folhas). O fumo do tabaco é soprado por cima da ayahuasca e do paciente, para atrair energias positivas. A chapada é usada como um instrumento de percussão, batendo no ar a intervalos regulares. Outras ferramentas são vários perfumes, incenso, chocalhos, cristais e outros objectos de força. No dia a seguir à cura de ayahuasca há normalmente mais tratamento individual envolvendo outras plantas medicinais.
A ayahuasca é uma mistura de ervas da Amazónia, capaz de induzir estados de consciência alterados, normalmente durante 4 a 8 horas após a ingestão. Variando entre um estímulo suave até visões extremas, a ayahuasca usa-se sobretudo como medicamento e como meio de comunicação xamã, geralmente numa cerimónia sob supervisão de um consumidor experiente.
O ingrediente principal deste chá da selva é uma planta trepadeira, a cipó mariri (Banisteriopsis caapi), que tal como o próprio chá se chama também ayahuasca (que significa “trepadeira da alma' ou “trepadeira com alma”). Os ingredientes secundários são a chacruna (Psychotria viridis), ou a chagropanga (Diplopterys cabrerana) - plantas com um teor relativamente alto da substância psicadélica DMT.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dowload - Livros do Carlos Castaneda

Para quem conhece e quer conhecer as obras de Carlos Castaneda eis aqui um link para dowload dos livro. Minha sugestão é que leia primeiro "Erva do Diabo". Muito bom...
"Uma Estranha Realidade", "Viajem a Ixtlán", "Erva do Diabo".... Neles, Castaneda mostra os caminhos para alguém se tornar um "homem de conhecimento", ou seja compreender a realidade de modo absoluto.
Dowload - Livros do Carlos Castaneda

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dom Juan - Da Obsessão

“Um guerreiro age como se nada tivesse acontecido, jamais, porque não acredita em nada, e no entanto aceita tudo pelas aparências. Aceita sem aceitar e despreza sem desprezar. Nunca acha que sabe, nem sente que nada aconteceu. Age como se estivesse controlado, mesmo que esteja tremendo por dentro. Agir desse modo desfaz a obsessão“
Dom Juan - do livro "Porta para o Infinito"

sábado, 13 de junho de 2009

Dom Juan - Dos Obstaculos

“Os guerreiros não conquistaram suas vitorias batendo com a cabeça de encontro aos muros e sim conquistando os muros. Os guerreiros saltam por cima dos muros; não os destroem.”
Dom Juan - do livro "Porta para o Infinito"

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Dom Juan - Da Auto-Confiança

"A autoconfiança do guerreiro não é a mesma que a do homem comum. Este busca a certeza aos olhos do espectador e chama a isso de autoconfiança. O guerreiro busca a impecabilidade a seus próprios olhos e chama a isso humildade. O homem comum está agarrado a seus semelhantes, enquanto o guerreiro só se agarra a si mesmo".
Dom Juan - do livro "Porta para o Infinito"

terça-feira, 9 de junho de 2009

Thomas Moore - Somos Todos Bruxos

"Amor è o pricípio basico da magia"
Se examinássemos nossas dificuldades pessoais e nossos problemas sociais como questão de amor, poderíamos perceber o quão absolutamente inadequado é tentarmos encontrar soluções intelectuais para esses problemas, O coração não se convence com explicações racionais, tampouco é muito afetado por elas, e no entanto a perspectiva mágica vê o coração envolvido em todas as nossas atividades. Podemos influenciar o batimento emocional do coração e podemos ter poder na vida através do amor, mas para isso precisamos de maior pericia na magia do que no pensamento.
Ficino afirma que “as obras da magia são obras da natureza, mas a arte é sua criada”. As artes da magia ajudam-nos a encontrar poder para o coração, pois , como diz Ficino oportunamente na mesma seção sobre magia “a natureza é um mágico”. As artes mágicas oferecem um modo de vivermos tão intimamente com os caminhos da natureza que sua magia se torna a nossa magia e modelamos uma vida criativa e eficaz sintonizando-nos com a potencialidade da natureza.
Thomas Moore - "Magia do Encantamento"

domingo, 7 de junho de 2009

Eu Mascarado.

Com certeza ele existe, quer você se dê conta, quer não.
Ora, todos nós, desde que somos crianças, aprendemos com nossos pais e professores uma série de regras para viver em sociedade... “corte com a faca na mão direita”... “ não faça barulho com o canudinho do refrigerante”... “agradeça quando alguém der algo a você”... e por aí vai. Aprendemos, assim, o que “se deve” e o que “não se deve” fazer.
Até aí, tudo bem, porque é necessário que saibamos usar essas máscaras com sabedoria para nos relacionarmos com as outras pessoas com respeito e harmonia.
- Como seria se eu decidisse ir a uma palestra importante vestindo uma roupa praiana, só porque está fazendo esse terrível calor? Eu penso, enquanto visto meu terno e sapatos. É claro que estou usando uma máscara, de certa forma construindo um personagem, e DESDE QUE EU SAIBA DISSO, está tudo bem.
Os problemas acontecem quando nos esquecemos de quem somos e nos misturamos com as máscaras que criamos. Esquecemos nossa essência.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Karma

Nunca entendemos isto, e é assim como a humanidade não poderá escapar a esta cadeia de consequências, já que quase nunca sabemos o porquê dos nossos sofrimentos. Quando uma pessoa semeia desgraças, provocando dano aos demais, na realidade isso mesmo virá a recolher. Essa é a lei do Karma.
A lei do Karma é aquela lei que ajusta, sábia e inteligentemente, o efeito a sua causa. Todo o bem ou mal que tenhamos feito numa vida virá trazer-nos consequências boas ou más para esta vida ou próximas existências.
Não devemos esquecer os provérbios Cristãos: “o que semeia raios colhe tempestades”; “com a vara com que medes serás medido”; “olho por olho, dente por dente”; “ o que a espada mata, a espada morre”
A lei do Karma governa todo o criado, e é uma lei imodificável. Ela é conhecida nas religiões como “justiça celestial”. Quem transgride uma lei cria dor para si mesmo.
A lei do Karma nos controla e vigia a cada instante e por isso qualquer acto bom ou mau nas nossas vidas têm consequências. Todo o mal que façamos há que pagá-lo e todo o bem que façamos ser-nos-á recompensado. Deus nos deu livre arbítrio e podemos fazer o que queremos, mas temos que render contas de todos os nossos actos diante da justiça divina.
Quando um homem vem a este mundo traz o seu próprio destino e por isso uns nascem num colchão de penas e outros na desgraça. Se numa existência ferimos, agora nos ferem; se matamos, agora nos matam; se roubamos, agora nos roubam e assim, “com a vara com que medimos agora nos medem e com vantagem.”
Compreender integralmente a lei do Karma é indispensável para orientar o navio da nossa existência de uma forma positiva e edificante.
O Karma é uma lei de compensação e não de vingança. O Karma é um remédio que nos é aplicado para o nosso próprio bem; desgraçadamente, as pessoas em vez de inclinar-se reverentemente diante do Eterno Deus Vivente, protestam e/ou blasfemam, justificam-se a elas próprias, desculpam-se e lavam as mãos como Pilatos(Bíblia Cristã).
Quando protestamos, o KARMA não é modificado, em vez torna-se mais duro e mais severo. Reclamamos fidelidade ao conjugue quando fomos adúlteros nesta vida ou em vidas passadas. Pedimos Amor quando temos sido bárbaros ou cruéis; solicitamos compreensão quando nunca temos dado compreensão a ninguém. Queremos muitas bem-aventuranças quando temos sido a origem de muitas desgraças. Teríamos preferido nascer num lugar belíssimo e com muitas comodidades, quando em vidas passadas não soubemos oferecer um lar. Queremos que os nossos filhos nos obedeçam, quando jamais soubemos obedecer aos nossos pais. Incomodam-nos terrivelmente que sejamos caluniados, quando sempre fomos caluniadores e temos enchido o mundo de dor. Quer dizer, reclamamos aquilo que não soubemos dar...
É possível que em vidas passadas tenhamos sido maus e cruéis, por isso merecemos o pior, mas supomos que nos deveriam dar o melhor.
Quando a Lei Cósmica vai cobrar um Karma a uma pessoa, primeiro ela é submetida a um juízo interno. Se tem Dharma, quer dizer, se fez boas obras, não sofre nenhum padecimento, mas se não tem capital cósmico, paga com dor.
Geralmente, quando a Lei nos cobra, pensamos que somos inocentes, que não devemos nada. Há ainda alguém que blasfema contra a justiça classificando-a de “injusta”. Mas sempre devemos lembrar-nos que a Lei a ninguém dá o que não merece. A cada um lhe dá segundo as suas obras. Agora o leitor compreenderá porquê as prisões estão cheias de “inocentes”, pessoas que nesta vida não fizeram nada de mau, mas que em vidas anteriores praticaram delitos gravíssimos. Repetimos: A Lei de Deus não dá a ninguém o que não merece; a cada quem segundo as suas obras...
Há alguns que nascem em berços de ouro com todas as comodidades para preparar-se intelectualmente, e levam estilos de vida para muitos invejáveis; outros não tem a mesma sorte, mas também não sofrem na parte económica. No entanto, existem outros que sofrem espantosamente e devem mendigar para subsistir.Há milionários que sofrem doenças incuráveis e não podem comer o que lhes apetece, por uma úlcera ou um outro mal-estar. Há muitos pobres que gozam de uma saúde formidável.A Lei cobra a cada quem segundo as suas faltas.
Caso tenhamos más acções ou Karmas, significa que esgotamos o nosso capital cósmico. Se consignamos, ou seja, se fazemos boas obras aos nossos semelhantes, ganhamos Dharma, e saímos bem nos nossos negócios perante o Tribunal Cósmico. O resultado é felicidade, saúde e êxito nas nossas vidas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lei de Causa e Efeito

Visão Espírita
A Lei de Causa e Efeito é também chamada Lei de Ação e de Reação. É uma lei automática, ou seja, já tem embutida em si mesma os efeitos decorrentes de nossos atos. Atos bons trazem como conseqüência efeitos bons. Atos maus, efeitos maus. Assim, quem planta ventos colhe tempestades. Quem planta amor colhe amor. A semeadura é livre, a colheita é obrigatória.
Todos, absolutamente todos, colherão sempre apenas e tão somente o que plantarem. Ninguém poderá colher maçãs se plantou bananas.
"A vida é um projeto "faça você mesmo"." Sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o resultado das atitudes e escolhas que fizer hoje." A justiça divina, que, como diz o povo, não falha, é centrada em nossos próprios atos. Nós plantamos, e nós colhemos. Deus não irá nos castigar porque erramos. Nós sim, colhendo o resultado do que plantamos, vamos nos melhorando, nos aperfeiçoando, até podermos alcançar nosso objetivo, que é a felicidade e a perfeição.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Parar o Ego

O Ego é a segunda natureza existente na nossa psicologia. É a nossa parte mais grotesca, nossa parte animal, que infelizmente se constitui em 97% da nossa psicologia. A essência se constitui apenas em 3%, porém está adormecida, inconsciente... Então a conclusão disto tudo é que passamos a vida toda adormecidos, achando que vivemos em plena consciência.
Vivemos a vida do ego, com suas preocupações, preconceitos, ranços, invejas, maledicências, orgulhos, luxúria, vaidades, materialismos, enfim os nossos pecados capitais; ou vivemos de lembranças do passado ou de planos para o futuro, e esquecemos de viver o momento presente, o agora, o exato instante.Mas por que isso acontece?
O Ego se manifesta através dos nossos pensamentos. Vocês já se perguntaram porque a mente é tão ativa, quantos milhares de pensamentos nos atordoam a todo instante?Por que mudamos tantas vezes de opinião de um determinado assunto?Por que quanto mais pensamos em um problema, mais nos enrolamos nele? E quando deixamos de pensar e ouvimos a nossa intuição os problemas se resolvem como num passe de mágica?
Cada pensamento destes vem de uma criatura pensante que nós mesmos criamos. O Ego se utiliza da nossa mente para agir, e é exatamente aí que alimentamos nossos defeitos quando damos ouvidos à eles.
Se formos atrás de cada um de nossos pensamentos erramos fatalmente, pois não temos apenas uma mente, um ponto de apoio, e sim milhões delas, somos multi pontos, cada qual querendo nos conduzir para um lado diferente. Então em quem confiar? Precisamente em nenhum deles, pois todos nossos pensamentos nos conduzem ao erro.
O Pai, nosso Real Ser não pensa e não se comunica conosco através dos pensamentos. ELE se comunica através da INTUIÇÃO. É urgente sabermos “ouvir” A VOZ DO CORAÇÃO.E isso só é possível quando atingimos o SILÊNCIO MENTAL. É impossível se comunicar com o Pai, ouvir-Lhe em meio ao emaranhado dos nossos pensamentos.Aí que entram as práticas da morte do ego, que consiste exatamente em eliminar os nossos pensamentos, tirar o alimento do ego, tirar de cena os pensamentos para que a mente silencie e possamos nos guiar através da nossa intuição, que é nossa comunicação direta com o Pai.
Este trabalho da Morte do Ego é exatamente o que dizia Jesus Cristo com o “ Negue a si mesmo”, negar essa segunda natureza existente em nós mesmos. O nosso principal inimigo é interno, os nossos próprios defeitos, os nossos próprios pensamentos.
A PRÁTICA DA MORTE DO EGO.
Em primeiro lugar, vamos começar a usar um dos nossos sentidos que está atrofiado devido a mecanicidade trazida pelos nossos pensamentos, que é a CONCENTRAÇÃO.Façamos assim: quando nos propomos a executar uma tarefa, procuremos nos concentrar ao máximo sempre buscando o SILÊNCIO MENTAL. Devemos usar um ponto de apoio para a concentração, que pode ser as batidas do coração, o som sssss da glândula pineal ou até mesmo a respiração. Qualquer pensamento que nos vier tirar a concentração, é um pensamento involuntário, está em lugar e hora errada, então é defeito, e deve ser eliminado, seja ele pensamento bom ou ruim, é defeito. Então no exato instante que o pensamento intervir, suplica-se deste modo: “ MÃE DIVINA, DESTRUA ESTE DEFEITO, DESINTEGRE-O!” A Mãe Divina ou Nossa Senhora é uma de nossas partículas Divinas, responsável por essa limpeza, pela eliminação dos nossos defeitos, e Ela com sua Espada nos limpará de todos esses defeitos, que se constituem de nossos pecados capitais e todas suas ramificações.