AVISO

Este blog tem como proposito explanar assuntos inerentes ao PENSAMENTO, seja ele filosófico, cientifico ou religioso.

Boa navegação

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Andarilhagem

Saida: o7h00
Destino: Pico do Jaragua
Chegada: 11h00
As Fotos dizem tudo... valeu Dani.. ANDARILHOS DO SOL

Biblioteca Online - PROCURE SEUS LIVROS!!!

"Uma biblioteca digital é onde o passado encontra o presente e cria o futuro."
Dr. Avul Pakir Jainulabdeen Abdul KalamPresidente da Índia
Missão do Site
O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.
Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal.
Desta forma, também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.
Adicionalmente, o "Portal Domínio Público", ao disponibilizar informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários, ao mesmo tempo em que também pretende induzir uma ampla discussão sobre as legislações relacionadas aos direitos autorais - de modo que a "preservação de certos direitos incentive outros usos" -, e haja uma adequação aos novos paradigmas de mudança tecnológica, da produção e do uso de conhecimentos.
FERNANDO HADDAD Ministro de Estado da Educação

sábado, 25 de abril de 2009

Aleister Crowley - Amai!

"Sim! não cogiteis de mudança: vós devereis ser como sois, & não outro. Portanto os reis da terra
deverão ser Reis para sempre: os escravos servirão. Não existe nenhum que deverá ser derrubado ou erguido: tudo é como sempre foi. No entanto existem aqueles mascarados servos meus: pode ser que aquele mendigo acolá seja um Rei. Um Rei pode escolher seus trajes como ele quiser: não existe teste certo: mas um mendigo não pode esconder sua pobreza."
"Portanto cuidado! Amai todos, para que não haja porventura um Rei encoberto. Tu dizes assim?
Tolo! Se ele for um Rei, tu não poderás feri-lo."
"O Livro da Lei" - Aleister Crowley

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Por que os Inteligentes Vivem Mais?

Só o fato de você estar lendo essa coluna já pode valer uns anos a mais! Indica que o leitor tem muito bom gosto, gosta de ciência, tem acesso à informação, é curioso e não é analfabeto. Brincadeiras à parte, o título acima é baseado num fato: pessoas inteligentes realmente vivem mais do que os menos dotados. E que venha a polêmica…
A inspiração para essa coluna veio de um ensaio publicado na revista cientifica Nature (Deary I. 2008), no qual o autor discorre sobre a importância de se descobrir o porquê desse fenômeno. O principal argumento é que a resposta poderia auxiliar a combater deficiências na qualidade do sistema de saúde em diversos locais do planeta menos privilegiados.
Mas será que a ideia de pessoas inteligentes vivendo mais tem algum fundamento científico? O conceito de inteligência não era subjetivo? E os testes de inteligência não estavam todos desacreditados? Para minha surpresa, não. O bom e velho teste de QI, quando aplicado de forma correta, continua sendo ferramenta fundamental nos testes de cognição, e seu uso é amplamente difundido em psicologia. Fatores globais de cognição emergem de diversos testes que medem a habilidade mental, dados esses coletados e replicados desde 1904 para a espécie humana. Em geral, os dados sugerem que a habilidade mental se mantém estável durante a vida da pessoa, tem um componente genético forte e está associada com fatores importantes, incluindo nível educacional, sucesso profissional e mortalidade.
A vingança dos nerds
Existem algumas possíveis explicações para isso. Talvez a maioria das pessoas conclua que pessoas mais inteligentes, com melhor educação e maior leque de atuação profissional tendem a viver em ambientes mais saudáveis. Infelizmente, essa associação não funciona sempre e pode não passar de uma conseqüência da inteligência. Não explica a causa.
Uma explicação alternativa seria que pessoas mais inteligentes teriam a tendência a se engajar em comportamentos mais saudáveis. Existem evidências sugerindo que pessoas com alto QI estão mais preocupadas com nutrição, praticam mais exercícios físicos, evitam acidentes, largam o fumo mais rapidamente, controlam melhor o consumo de álcool e engordam menos na fase adulta. Mas, mesmo assim, todos esses fatores continuam sendo associações e podem estar escondendo alguma outra informação.
Uma ideia é que os testes de inteligência poderiam estar sofrendo interferências de danos cerebrais decorridos de acidentes ou doenças, por exemplo. Nesse caso, a relação do baixo QI e mortalidade alta não seria real, mas decorrente de outros fatores não levados em conta. Por outro lado, alguns estudos também correlacionaram o peso do feto (uma evidência de desenvolvimento normal) com inteligência e não se detectou nenhum problema. É possível que futuros testes detectem algumas dessas condições desconhecidas que interferem na relação do QI com a mortalidade.
Uma outra ideia é que o teste de QI esteja medindo a “homeostase”, ou seja, o equilíbrio mente-corpo do indivíduo, e não só a inteligência. Existem hipóteses que sugerem que a integridade física e a cognitiva envelhecem juntas. Em apoio a essa ideia vem o fato de que a velocidade de reação (o tempo entre a exposição a um estímulo e o aperto de um botão) esteja tão bem correlacionada com a inteligência quanto a mortalidade. O tempo de reação não requer pensamento complexo lógico e não melhora com a educação. Pesquisadores da área estão tentando discriminar entre essa integridade mente-corpo e o que chamamos de inteligência para poder comprovar a relação com a mortalidade.
Tudo isso leva a crer que ainda não existe uma relação causal clara entre o que detectamos como inteligência e a longevidade. Um dos problemas que vejo aqui é a utilização de dados gerados por outros estudos e que não foram desenhados experimentalmente para responder a essa questão. Aliás, aprender a formular a questão correta em ciência (e talvez em outras arenas da vida) é tão importante quanto a própria resposta.
Mas a questão fundamental aqui é: por que morremos, e até que ponto isso pode ser alterado? Mais do que uma filosofia existencial, a busca tem implicações práticas. Os fatores que as pessoas mais inteligentes possuem e que as fazem viver mais devem ser descobertos e compartilhados, criando um sistema de saúde melhor e mais harmônico. Vale a pena a busca.
Alysson Muotri

terça-feira, 21 de abril de 2009

Respeitável Público

"De nada adianta colocar o cavalo ao lado do rio se ele não estiver com sede"
Paulo Coelho
As pessoas não estão preparadas para sairem do buraco chamado razão. Principalmente os adultos, eles que se dizem ter mais experiência, são eles os mais obstinados. Alias as pessoas realmente tem dúvidas sobre até onde estaria disposto a ir para descobrir a verdade. Ilusões são mais fáceis de lidar. Ainda mais no começo da caminhada onde surge muitas dúvidas e perguntas, nossos propósitos são vagos. Desistir de suas vaidades em favor de algo que não sabem o que é. Ter a resposta e não ter a pergunta. Parece loucura.
É com um passo de cada vez que chagamos no topo da escada. Vivendo naturalmente sendo uma pessoa verdadeira a cada dia, vivendo dentro da verdade, essa é a maior diferença, pois assim somos capazes de ensinar e aprender. Assim podemos observar cada detalhe e tirar proveito de nossas próprias conclusões - as pequenas coisas fazem grandes diferenças em nossas vidas. Deste modo as pessoas que os observam, aprendem por si mesmo. Da mesma maneira que ninguém me dirigiu a palavra amor, eu o compreendi e compreendo a cada dia, até que nos torne um só amor. Fui ensinado pelo intuito bom das coisas, me tornei quem eu sou hoje graças aos pequenos detalhes sublimados de amor.
E continuarei empurrando a cada um para um mundo interior, que alguém possa chegar a corrente viva, e que seja capaz de expressa-lo através do seu ser, de sua arte, de seu silêncio – de vive-lo. Mesmo que só algumas poucas pessoas possam ser encontradas para vive-lo agora, todo o curso da futura humanidade será mudado. Mas isso só pode acontecer através da vida. Por isso que eu insisto para começarem a viver.
As novas gerações estão cada vez mais perdidas. Esta cada vez mais difícil. Há muito poucas pessoas no mundo que realmente conhecem a corrente viva. Elas podem ser contadas nos dedos. Todos aqueles que falam sobre ela estão apenas falando; muito poucas pessoas realmente a conhecem. E cada dia, o numero esta caindo sem ser substituído. A cada dia, há menos e menos pessoas que conhecem a corrente viva.
O ser humano é apenas a semente que pode tornar-se uma grande arvore. A semente deve-ser protegida , deve-ser amada e a semente deve ser dada a oportunidade de crescer.”
Utilizando as ferramentas do riso, canção, dança, bom humor, alegria, confiança, em diálogos e sentimentos, codificando o amor dentro da arte e música, nos olhares penetrantes. Assim por mais que o desprezem, estará guardado no inconsciente, esperando seu tempo de explodir e lidar com a compreensão. Essa decisão de ser livre – esse anseio de ser livre, de transcender, estará sempre presente, esperando sempre por uma oportunidade, o seu inconsciente estará gritando por liberdade.
E quando eles forem comovidos pela observação, talhados pela emoção, nos o fazemos dançar conosco, isso nos levara a uma grande transformação social, educacional, familiar e espiritual de todo o planeta, independentemente de fronteiras e de classes sociais. Ensinando as maneiras de vida multidimensional em harmonia, paz e amor.
Aceitando as pessoas do jeito que elas são e não como queríamos que elas fossem para nós. Encarando problemas conhecidos de uma maneira diferente, além de encontrarmos formas de raciocínio que por fim abalam o modelo atual de ensino. Assim, através do questionamento, somos capazes de influenciar todas as demais instituições, o mercado de trabalho, a cidadania, as relações interpessoais, as relações amorosas, instituições espirituais. Reconhecemos nosso propósito com o todo.
Por mais que as dificuldades venham, e sabemos, elas virão, é importante nunca nos esquecermos de quem somos.

sábado, 18 de abril de 2009

Oração de Mahatma Gandhi

Senhor,
Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes.
A não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.
Se me das fortuna, não me tires a razão.
Se me das o sucesso, não me tires a humildade.
Se me das humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda, não me deixes acusar o outro por traição aos
demais, apenas por não pensar igual a mim.
Ensina-me a amar aos outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso se triunfo.
Nem cair em desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede ao triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.
Se não me deres o êxito, da-me forças para aprender com o fracasso.
Se eu ofender ás pessoas, da-me coragem para desculpar-me e se as pessoas me ofenderem, da- me grandeza para perdoa-las.
Senhor, se eu me esquecer de ti, nunca te esqueças de mim.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Dowload - Livros do Allan Kardec

Para os que tem cede de conhecimento... tem aqui links de dois livros para baixar sobre a doutrina espírita. Publicado pelo educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, sob o pseudônimo Allan Kardec. É uma obra básica do espiritismo, e foi lançado por Kardec após seus estudos sobre o mundo espírita e seus fenômenos.
É recomendado ler primeiro "O Livro dos Espíritos" antes de iniciar "O livro dos Médius". Ambos de muito proveito. Boa leitura...
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - Allan Kardec

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Antoine Saint-Exupéry - Reflexão

“No fundo, existe apenas um único problema neste mundo: como fazer com que o homem encontre de novo o sentido espiritual da vida, como provocar a nós mesmos para que retomemos o caminho que nos faz olhar nossas próprias almas”.
“Para isso, é necessário acreditar que a humanidade possa receber um banho da força luminosa que vem de cima, e que os ares sejam inundados por algo parecido com o canto gregoriano. Não podemos continuar vivendo como se o mundo se resumisse a geladeiras, políticos, orçamentos e palavras cruzadas”.
Antoine Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe

sábado, 11 de abril de 2009

Da Árvore

Um mestre budista viajava a pé com seus discípulos, quando reparou que discutiam entre si quem era o maior entre eles.
“Pratico meditação há 15 anos”, dizia um.
“Faço caridade desde que saí da casa de meus pais”, dizia outro.
“Sempre segui os ensinamentos de Buda”, dizia um terceiro.
Ao meio-dia, pararam debaixo de uma macieira para descansar. Os galhos estavam carregados, e vergavam até o chão com o peso das frutas.
Então o mestre falou: “quando uma árvore está carregada de frutos, seus ramos se abaixam e tocam o chão. Desta maneira, o verdadeiro sábio é aquele que é humilde”.
“Quando uma árvore não tem frutos, seus ramos são arrogantes e altivos. Desta maneira, o tolo sempre se crê maior que seu próximo”.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Som do Coração

Consegue ouvir?
A música...
Posso ouvi-la em qualquer lugar...
No vento, no ar, na luz...
Esta ao nosso redor
A gente só precisa se abrir
A gente só precisa ouvir
Frases do Filme
“Música é um lembrete de Deus de que há algo além de nós neste universo.
Ligação harmônica entre todos os seres vivos em todo lugar... até nas estrelas.”
“Nunca desista de sua música, não importa o que aconteça, pois quando algo de ruim lhe acontece... é o único lugar para onde pode escapar e esquecer. Assim nada de ruim pode acontecer. Apenas tenha fé.”

domingo, 5 de abril de 2009

Matrix - "Não há Colher"

O filme Matrix é de uma inteligência única na história do cinema: Conseguiu trazer para o inconsciente coletivo dos ocidentais o que dois mil anos de doutrina orientais não conseguiram. Claro que toda a mensagem está cifrada, e misturada com efeitos especiais e ação. Mas está lá... Uma cena emblemática do filme é a do garoto budista que segura uma colher, e ela começa a entortar. Neo olha curioso, e o garoto lhe diz:
"Não é a colher que entorta, e sim você. Não há colher".
Bem, a colher foi só um exemplo pra causar o efeito "uau" que causou. O verdadeiro sentido destas palavras é que, se você segue o caminho do meio (ações corretas, pensamento correto, enfim, é uma pessoa correta) o mundo pode desabar ao seu redor e você não será afetado. Pode até morrer, mas o seu "eu" não será afetado.
Vamos substituir, no diálogo original, a palavra "colher" por "mundo" e "entortar" por "mudar":
Garoto: Não tente mudar o mundo. Isto é impossível. Ao invés disto tente perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Garoto: Não há mundo.
Neo: Não há mundo?
Garoto: Então você verá que não é o mundo que muda, e sim você mesmo.
Esse conceito não é novo. Há 1.300 anos, no Templo Fa Shin, dois monges discutiam:- A bandeira está se movendo!- Não, é o vento que está se movendo!Como eles não conseguiam chegar a um acordo, Hui-Neng apareceu e disse aos dois:- É a mente de vocês que está se movendo!
O mundo não nos faz. Nós é que o fazemos.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Thomas Moore - Natureza da Alma

As respostas aos nossos problemas nos rodeiam nas muitas vozes da natureza encantada e nas palavras e imagens obsedantes de nossos artistas e visionários religiosos. Todo o insight de que precisamos poderia ser encontrado numa biblioteca, na grande literatura das artes, humanidades e religiões, ou na meditação sobre uma única flor do jardim minúsculo diante da casa mais ordinária, porque a natureza, como ensinavam os monges medievais, também é um livro, instruindo aqueles que desejam com ela aprender.

O mundo está nos gritando, oferecendo-nos orientação, mas quando estamos ocupados demais elaborando nossas próprias respostas inadequadas, não podemos ouvir sua voz. temos de nos tornar crianças, como ensinou Jesus, sem qualquer sentimentalismo, ao dizer: ''Quem entre vós se tornar como uma criança conhecerá o Reino'', ou como o mestre zen Shunryu Suzuki aconselhou quando escreveu: “Como é importante que recuperemos nossa mente original ilimitada. Então sempre seremos fiéis a nós mesmos, em harmonia com todos os seres.”
Existe uma sutileza anterior ao aprendizado adulto e o moderno desenvolvimento da cultura, uma valorização da interiorização da natureza e do poder das pessoas e dos lugares. É uma sutileza que se pode perder atrás da ilusão de que nossos próprios valores, observações e intenções desenvolvidos são supremos. O primeiro passo para o encantamento, então, é recuperar a mente do aprendiz e o espanto da criança, esquecer algumas das coisas que aprendemos e às quais estamos presos. À medida que formos nos livrando de valores desencantados, um espírito novo e paradisíaco poderá fluir e então talvez descubramos a natureza da alma e prazer de ser participante, e não um mestre, na opulência da vida.
Do Livro: "A Emoção de Viver a Cada Dia" – Thomas Moore

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Experiência Mística

“A experiência mística pode ser caracterizada, resumidamente, como uma sensação direta de ser um só com Deus ou com o espírito do universo. Apesar de a oração e o sacrifício implicarem uma grande distância entre Deus e o homem - ou entre Deus e o Mundo -, o místico tenta transpor este abismo. Em outras palavras: o místico não sente a existência desse abismo. Ele é ‘absorvido’ em Deus, ’se perde’ em Deus, ou ‘desaparece’ em Deus. Isso porque aquilo a que normalmente nos referimos como ''eu'' não é o nosso eu real. O mistico experimenta pelo menos por instantes , a sensação de ser indivisível de um eu maior - não importa que ele dê a isso o nome de Deus, espirito universal, ou qualquer outra coisa(Um místico indiano disse certa vez: ‘ quando eu existia, não existia Deus - agora Deus existe, e eu não existo mais’. Ele ’se perdeu’ em Deus.)
No entanto, uma experiência dessas não acontece espontaneamente. O místico deve percorrer "o caminho da purificação e da iluminação" até seu encontro com Deus. E esse caminho — que pode ter uma série de níveis ou estágios — muitas vezes inclui o ascetismo, exercícios respiratórios e técnicas complexas de meditação. É então que, de súbito, o místico alcança seu objetivo e pode exclamar: "Eu sou Deus!", ou: "Glória a mim! Como é grande minha majestade!".
O incentivo de um místico com frequência é um amor ardente por Deus. Assim como o amante se esforça para se unir com o objeto de seu amor, o místico se esforça para se tornar um só com Deus. Há um anseio que permeia o mundo todo. Essa radiância divina que se encontra no homem, anseia por se libertar de sua existência individual. Pois aquele que anseia por Deus, anseia simplesmente por aquilo que Deus anseia. E nesse êxtase místico — ou união mística — que se dá o encontro com Deus. "Eu sou aquilo que amo", exultava um místico persa, "e Aquele a quem amo sou eu!"
TENDÊNCIAS MÍSTICAS
Podemos encontrar tendências místicas em todas as grandes religiões do mundo. E as descrições que os místicos nos fornecem da experiência mística demonstram uma notável uniformidade, apesar das fronteiras sociais, culturais e religiosas, e de enormes diferenças cronológicas e geográficas. Isso nos permite falar de uma dimensão mística em todas as religiões, e foi por essa razão que o filósofo alemão Leibniz chamou o misticismo de philosophia perennis: a "filosofia perene".
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO MÍSTICO
Com base nos relatos de místicos de várias épocas e culturas, normalmente são atribuídas as seguintes características à experiência mística:
* O místico sente uma unidade em todas as coisas. Há apenas uma consciência - ou um Deus - que permeia tudo.
* Embora o místico já venha se preparando há muito tempo para seu encontro com Deus, ou com o espírito universal, sente-se passivo quando isso acontece. É como se ele fosse tomado por uma força externa.
* Essa condição se caracteriza pela intemporalidade. O místico se sente arrancado para fora da existência normal de quatro dimensões.
* O êxtase em si é transitório, e em geral não dura mais que alguns minutos.
* Mas ele possibilita um novo insight, que permanece com o místico depois da experiência.* Essa compreensão é inexprimível, não pode ser comunicada a outros.
* Como a experiência é paradoxal em si mesma, o místico vai usar paradoxos ao tentar descrever o estado que experimentou. Assim, pode definir o ser encontrado como "abundância e vazio", "escuridão ofuscante" ou algo parecido.
É somente quando o místico apresenta uma interpretação religiosa ou filosófica de sua experiência mística que o seu contexto cultural entra em foco. Especialmente no misticismo ocidental (cristianismo, judaísmo e islã), o místico irá ressaltar que seu encontro foi com um Deus pessoal. Mesmo que tenha sido "absorvido em Deus", ele costuma dar ênfase ao fato de que havia uma certa distância entre Deus e o mundo. Algo da relação eu-tu, ou eu-Deus, se mantém. Esse tipo de misticismo já foi chamado de misticismo teísta. No misticismo (hinduismo, busismo e taoísmo) é mais comum afirmar uma identidade total entre o indivíduo e a divindade, ou espírito universal. Poderiamos dizer que esse encontro do místico com a divindade ocorre com uma relação eu-eu. Sim, pois Deus não esta presente com uma mera centelha na alma do homem. O divino existe em todas as coisas deste mundo, é uma realidade imanente. Já se denominou esse tipo de misticismo panteista.
Também para o homem moderno a dimensão mística pode desempenhar um papel decisivo. Muitas pessoas reconhecem que tiveram experiências místicas, sem atribuí-las a nenhuma religião específica. É típica desses "místicos modernos" o fato de que, de modo geral, não tomaram nenhuma atitude ativa para se transportar a um estado místico. De repente, no meio da agitação rotineira da vida diária, experimentaran aquilo que chamam de "consciência cósmica", "sensação oceânica" ou "osmose mental".
Do livro "O livro das Religiões" - Jostein G., Henry N. e Victor H.